sábado, 17 de novembro de 2012

note to self

- Não voltar a comprar bolachas que não dêem para molhar no leite.

medos

Às vezes sinto esta coisa ridícula que é o medo de estar sozinha. Depois aventuro-me nessas viagens intimistas e invade-me uma grande paz. Então porque raio é que eu estou com medo de ir ver um concerto sozinha? Pronto, acabou-se, vou comprar o bilhete amanhã.

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Sinais

Como é que se pode rebuscar o passado numa noite e aparecer-nos um bocadinho dele no dia a seguir? Ah meus amigos, não há coincidências. Foi mesmo um sinal.

sonhos azuis :)

sábado, 10 de novembro de 2012

Escrever como se fosse respirar

"Escreve. Escreve sobre os pássaros e sobre os automóveis. Escreve sobre os muros e sobre as mesas. Escreve sobre papoilas, pedras da calçada, pneus furados, parafusos velhos. Escreve sobre a memória, sobre a terceira idadade, sobre a adolescência. Escreve sobre o som, sobre o aroma, sobre a visão, sobre o tacto. Escreve sobre os cabelos, sobre as cobras e sobre as nuvens. Escreve sobre a radiação e sobre os planetas. Escreve sobre os hipopótamos, sobre os gnus, sobre os leopardos. Escreve contente, feliz, triste, emotiva, chorona, rezingona, sonolenta, cansada, fascinada. Escreve a actuar, a fazer de conta, a gritar, a tremer. Escreve a pensar, escreve a desenhar. Escreve com desenhos, com dedos, com o cérebro, com os olhos, com a imaginação.
Mas acima de tudo escreve. E nunca deixes de escrever.

Para C."



Esta foi uma das coisas mais bonitas que me escreveram. Pelo que significa, pela pessoa que o escreveu. Pelas memórias que carrega, pela inspiração que me dá de cada vez que a leio.
Estive a rever o meu primeiro blogue e é engraçado olhar para trás e ser capaz de me lembrar do que fazia, via e sentia só pelo que lá escrevia. Lembrar-me de um tempo em que ainda era capaz de me abrir, mesmo que fosse apenas para alguns amigos e uma carrada de estranhos. Apesar de ser embaraçoso, consigo ver agora o quanto aquilo me ajudava. E pergunto-me onde é que perdi aquela audácia. Aquela inocência. Deixei de confiar nas pessoas e encerrei-me na minha pequena concha. Não foi só a minha voz, foi o corpo todo. Quando é que comecei a ver as pessoas como uma ameaça? Quando é que comecei a gostar de estar sozinha? A querer estar sozinha...e, pior, a não querer escrever. Vou parar de vos fechar a porta na cara, palavras. Vou parar de pensar que não vale a pena, que há alguém melhor, que não presto. Parar de pensar que é preciso ter algo importante para escrever. Que é preciso deixar um legado. O que eu preciso é de escrever por escrever, tal como antes. 
Por isso, obrigada J, pelas tuas palavras intemporais. Por ser desta que finalmente percebi. Não vou mais parar de escrever. Por mim.