sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Air



Às vezes parece que consigo entender melhor as tuas paredes de gelo.
Mas, como te disse, as minhas são feitas de ar. Porque eu sou ar.
Deixo passar toda a gente, dou uma oportunidade a toda a gente. Sofro, é certo. Mas tu sofres mais que eu. De que serve aprisionares-te nessas paredes frias? Vem ter comigo. Prometo que aqui é Inverno e que podes beber café. Não te deixo ter frio. Estou a ser ingénua, eu sei. Mas, também, estou-me a sentir um pouco criança. Menininha, como tu disseste. Preciso que tomem conta de mim. Porque às vezes não sei lidar com a brisa nem com as tempestades. Como é que tu aguentas o gelo e a neve? Diz-me...não é pior estar só? A solidão dói-me. O não sentir nada dói-me. Não quero ser vazia. Queria fazer-te mudar de ideias e compreender que sentir a chuva, o sol, o vento e mesmo os sentimentos não é mau. Já não estou a fazer sentido. Tenho sono. E tu não estás a falar comigo. Apeguei-me. Sou assim. Feita de vento e de ar, mas muito sólida. Hoje não disse, mas acredito na magia. Disse que continuo à procura, mas não é bem verdade. Porque acredito na magia que une as pessoas. Acredito no que está aqui *aponta para o coração* e não no que está lá em cima *aponta para o céu*. E acredito em ti. Não me vou embora.

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