Tears

As estrelas brilhavam no céu e iluminavam os olhos dela, marejados de lágrimas.
Ela chorava no colo dele, enquanto tentava falar aos soluços. Ia articulando palavras com dificuldade, enquanto ele a beijava no cimo da cabeça e sussurrava palavras encorajadoras. Deixara-se corroer pelos nervos e pelos pensamentos negativos de si mesma, deles e do mundo. E agora as lágrimas não paravam de surgir e ela não sabia o que fazer. Aninhava-se mais, enterrava mais a cara no peito dele, não queria mais nada. Foi difícil para ele fazê-la falar, mas conseguiu. E ela escorreu as palavras e os sentimentos como aguarelas em folhas de papel, pô-las a secar debaixo das estrelas e esperou. Os pedidos de desculpa surgiram em torrente e palavras-chave juntaram-se à conversa. Ele fê-la rir. Ela já não sabia se chorava porque estava triste ou porque estava feliz. Sempre fora de extremos. Ele puxou-a para mais perto e apertou-a ainda com mais força, tentando fazê-la sentir-se segura e amada. Tentando afastar para longe os fantasmas obscuros das perdas no passado que deixaram um vazio nela, que ele preenche todos os dias. Abraçaram-se até as lágrimas dela pararem de correr. Até as lágrimas apenas surgirem entre sorrisos de tamanha felicidade que parecia que ela não conseguia afastar o seu olhar do dele.
Ele não sabe, mas consegue fazê-la sentir-se sempre inteira.

Psiiiu, já te disse que te amo?